Apesar da igualdade de género ser hoje um dado praticamente adquirido em todos os sectores da sociedade, são ainda raros os casos de mulheres à frente de uma instituição desportiva.
Mas há (felizmente) excepções e uma delas chega de Odemira, onde o emblema local é dirigido desde o final de Setembro por Inês Correia. Um desafio que esta jovem enfermeira, de 31 anos e com fortes ligações familiares ao clube, abraçou "de alma e coração"… e com toda a naturalidade.
"Para mim parece algo natural" ser presidente do Odemirense, reconhece ao "CA" Inês Correia, para logo lembrar que não é a primeira mulher a liderar os destinos do emblema. "A primeira foi a Eugénia Moreira, qua ainda hoje é muito activa no nosso clube. […] E na nossa direção já havia e continua representatividade feminina, como a nossa actual vice-presidente/treinadora e capitã da equipa de futsal feminino, Alexandra Guerreiro, e a nossa tesoureira, Hortênsia Domingos", sublinha.
Inês Correia chegou à liderança do emblema de Odemira depois de ter estado seis anos na direcção liderada por António Cópio e não esconde que avançou por "paixão pelo clube" e pela "vontade de querer fazer mais e melhor pela comunidade odemirense e pelos atletas". Além do mais, acrescenta, o futebol tem sido uma constante na sua vida.
"O meu pai já foi jogador, director e treinador no Odemirense, assim como o meu irmão mais velho [João Correia], que ainda joga no clube", recorda.
Agora que é a "senhora presidente" do Odemirense, Inês Correia tem bem definidas as metas que pretende alcançar durante o seu mandato. "A nossa prioridade será a aposta na formação. E sinto que precisamos de crescer e abrir novos horizontes. Estamos a trabalhar neste sentido, vamos ver o que o futuro nos reserva", revela.
No caso da formação, Inês Correia vai mais longe e não esconde a ambição de fazer o clube "crescer e evoluir" nesta área. "Pretendemos que o Odemirense seja uma escola de formação de referência com profissionais qualificados que nos ajudem, não só a formar jogadores mas acima de tudo a formar pessoas, permitindo que os nossos atletas desenvolvam determinados valores, como o espírito de entreajuda, de equipa, companheirismo, respeito pelo outro, quer no mundo do futebol quer nas suas vidas", diz.
Mas a nova presidente do Odemirense também quer ver o clube "abrir novos horizontes". E isso passa por "profissionalizar um pouco mais o amadorismo" no seio do Odemirense e, em simultâneo, ir além do futebol e do futsal. "No futuro gostaríamos de desenvolver outras modalidades, como o voleibol", conclui.
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