sábado, 4 de julho de 2009

Presidente do Mineiro Aljustrelense desmente PCP

"Não houve entrega de qualquer cheque de Manuel Pinho no valor de cinco mil euros. A única coisa que nos prometeu foi arranjar um patrocinador, e cumpriu fazendo a ponte entre o clube e a EDP. A empresa atribuiu depois essa verba em equipamentos desportivos." A explicação sobre o patrocínio ao Clube Aljustrelense, que motivou a acesa discussão no Parlamento e levou o ex-ministro da Economia a dirigir um gesto insultuoso ao deputado Bernardino Soares (PCP), foi ontem prestada pelo presidente do clube, Hélder Vairinhos.



O dirigente acrescenta que foi a EDP que pagou à empresa fornecedora dos equipamentos e que o clube tem ainda 'um crédito de 2500 euros'. Versão confirmada pela própria EDP, que garantiu não ter atribuído qualquer cheque ao clube. 'Houve um pedido do Aljustrelense para o patrocínio de camisolas, que foi aceite, mas pagámos directamente ao fornecedor', afirmou fonte oficial da EDP, acrescentando que o valor em causa foi de 4200 euros. No entanto, o deputado do PCP insistiu ontem, em entrevista à SIC, que o ministro entregou mesmo o cheque.

O envolvimento do ex-ministro com o Aljustrelense começou em Dezembro, no anúncio da reabertura da mina da vila. 'Oferecemos uma camisola ao primeiro-ministro e o ministro perguntou: e eu, esqueceram-se?', lembrou Hélder.

Em Fevereiro deste ano, Pinho assistiu a um encontro entre o Aljustrelense e o Torreense, no Estádio Municipal, e foi premiado com a camisola do clube com o seu nome gravado nas costas. 'Foi-lhe entregue em pleno relvado. Depois prometeu-nos ajuda, mas nunca apoio financeiro', frisou o presidente do clube.

Ontem, o Presidente da República, Cavaco Silva, mostrou-se indignado com o que aconteceu no Parlamento: 'O respeito pelas instituições é um princípio sagrado da democracia', frisou.

Em Aljustrel, o gesto de Pinho foi motivo de chacota e de condenação. Enquanto imitava os ‘chifres’, Jacinto Estebainha disse não compreender tal atitude. 'Uma pessoa com o seu estatuto não pode ter uma atitude daquelas', afirmou. Para o sindicalista Jacinto Anacleto, os ‘chifres’ foram um sinal de desgoverno de quem 'já devia ter-se demitido', por incumprimento de promessas nas Pirites Alentejanas.


Alexandre M. Silva com A.P.D.