sexta-feira, 26 de junho de 2009

“Queremos subir com um orçamento inferior ao do ano passado”

Não vão longe os tempos em que o Desportivo de Beja se assumiu, convincentemente, como o emblema da região. Hoje, porém, nada é como dantes. Mas a hora é de recuperar uma entidade perdida. Esse é o empenho do novo elenco directivo. É tempo de acreditar.

Texto José Saúde Foto José Serrano

Com uma nova direcção, o Desportivo de Beja é um clube em mudança. Apesar de ter um passivo que o tem atormentado, o caminho do futuro é feito de esperança. João Baleizão, presidente do clube, é um homem a quem não falta confiança. Novas iniciativas, as quais trazem algumas melhorias financeiras, vão ser colocadas em prática e a tentativa é transportar o nome clube, e da sua actividade, por todo o Mundo. Uma razão que leva os dirigentes a um acreditar infinito.
Para trás ficaram momentos áureos da equipa em patamares nacionais superiores. Hoje, o Desportivo de Beja milita no regional da AF Beja mas a esperança não morre e o objectivo é levar o clube de novo às competições nacionais.

Como está o Desportivo?
O Desportivo de Beja está, actualmente, numa situação melhor em relação ao que o encontrei. Pelo menos o nosso trabalho tem sido feito para que tal aconteça, temos saldado dívidas à medida que vamos angariando receitas. Em termos de futebol, terminámos a época e fizemos acórdãos com toda a gente, inclusive com o treinador Francisco Graça, com datas, de maneira a que possamos, embora atendendo a uma certa flexibilidade, dar contas a todos os jogadores e equipas técnicas.
O objectivo é recuperar a imagem do clube?
Sim. O Desportivo tem hoje uma nova direcção, e jovem, com muitas iniciativas. O clube está a fazer pela vida no dia-a-dia e luta para sair da situação em que vive. A aposta passa, essencialmente, pela subida da sua equipa. Isto poderá parecer estranho às pessoas quando nós colocamos a hipótese da subida e temos dívidas. Mas uma coisa nada tem a ver com a outra. É que se nós não conseguirmos ultrapassar a situação os nossos patrocinadores não nos darão mais verbas e em termos de representações os subsídios oficiais não aumentam, pelo que não conseguiremos arranjar uma equipa competitiva. Tanto mais que um plantel, mesmo que seja para a manutenção, tem também os seus custos. Não é de borla e, em troca, as receitas não crescem e claro que assim o défice tem tendência a aumentar.

Então qual será a aposta da direcção?
Pretendemos fazer uma aposta para cima. Para a subida, com cabeça tronco e membros e com um orçamento inferior ao do ano passado. Por isso não me parece uma aventura extraordinária e termos de orçamentos. Agora, é colocar em campo todas as iniciativas que temos em mente. Isto é, com festivais da cerveja, mastros, galas e por aí fora. Uma série de situações benéficas que se apresentam como alternativas às receitas que esporadicamente nos chegam. Teremos, em breve, o Desportivo em rede, que vai dar os primeiros passos, de maneira que mensalmente entrem receitas nos cofres do clube. Em Setembro pretendemos ter tudo minimamente preparado tendo em vista não existirem atropelos sobre ninguém.

Porque razão escolheram Carlos Simão para treinar a equipa sénior?
O Carlos Simão é uma pessoa que se enquadra no perfil que nós traçámos para esta época. Tivemos uma conversa, acertámos pormenores e é já é uma realidade no clube. Vamos ver se conseguimos, com ele, colocar a equipa lá em cima

Que intenções têm para o futebol juvenil?
Não estamos a descurar o futebol juvenil. Já celebrámos acórdãos com uma entidade que vai assegurar aos jovens uma manutenção escolar no próximo ano lectivo. Ou seja, os jogadores quando saírem da escola terão à sua disposição uma carrinha para levá-los para os treinos. Temos, ainda, mais dois sítios em que as explicações são a preços reduzidos. Uma situação inédita e que dará para os filhos dos sócios. Tudo para os pais se tranquilizarem porque o desporto não é só jogar futebol. Em relação aos mais pequeninos, embora entendamos que não será fácil, vamos procurar cativá-los. O Despertar tem feito uma aposta muito forte, e nós compreendemos, mas vale a pena tentar mexer com o sistema.